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Tem-se falado muito sobre responsabilidade social e práticas ambientais nas empresas. Seja em função da preocupação com a imagem que elas querem passar para investidores ou pela própria conservação de recursos, são diversos os motivos que fizeram o conceito ESG e muitas das startups andarem juntas.

Segundo estudo realizado em 2017 pela empresa de consultoria empresarial The Boston Consulting Group, empresas que possuem boas práticas nos campos do ESG apresentam melhores resultados ao longo do tempo.

Mas afinal, o que é ESG e o que ele tem a ver com as startups? Vamos falar sobre isso agora!

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O que é ESG?

ESG ou Environmental, Social and Governance é um conceito que vem ganhando destaque ao longo dos anos. Traduzido como ambiental, social e governança, ele foi falado pela primeira vez em 2004 no relatório de uma iniciativa chamada Who Cares Wins da Organização das Nações Unidas, a ONU.

Por mais que a ideia já tenha surgido na década de 90, o conceito especificamente apareceu na publicação do relatório. Este, originado do Pacto Global da ONU, é um instrumento regulatório das práticas gerenciais, fornecendo diretrizes para que haja crescimento sustentável nas grandes corporações.

Além disso, a sigla cresceu muito durante a pandemia da Covid-19, principalmente pela fragilidade econômica e social que doença provocou no mundo todo,

A sigla incorpora um conjunto de princípios de empresas que se comprometem em monitorar o impacto de seus negócios e promovem tanto a preservação do meio ambiente quanto o desenvolvimento da sociedade. Conheça cada um dos itens do ESG:

  • E – Environmental (Ambiental): refere-se a como uma empresa pode reduzir o impacto ambiental e se preocupa com questões como emissão de carbono, aquecimento global, gestão de resíduos e outros;
  • S – Social (Social): demonstra o quanto a empresa respeita clientes, colaboradores e funcionários quando se trata de direitos humanos, inclusão, diversidade e outros;
  • G – Governance (Governança): representa o quanto a empresa adota boas práticas de gestão corporativa em relação à ética, transparência, política de remuneração, entre outros.

ESG e startups

A plataforma que ajuda empreendedores e empresas a construir modelos econômicos mais colaborativos e  sustentáveis, Distrito, tem publicado mensalmente relatórios sobre assuntos diversos, sendo que um deles é chamado Inside ESG Tech Report.

Na edição de maio de 2021, divulgou-se que as startups que possuem soluções relacionadas ao ESG já receberam investimentos de US$ 991 milhões nos últimos 10 anos. Para isso, foram mapeadas 740 startups com impacto em uma ou mais categorias do ESG, sendo a maioria na categoria social.

Já a consultoria ACE Cortex analisou empresas, tanto iniciantes, quanto as que já atuam há algum tempo com base nos 3 pilares de ESG. Foram mapeadas 343 empresas e o resultado foi que 180 atuam em relação ao meio ambiente, 130 trabalham para o impacto social e 33 com soluções de governança.

Além disso, o relatório afirmou que as principais tendências de investimentos estão relacionadas à importância do social para os investidores. Sendo que o destaque vai principalmente para saúde, educação e sustentabilidade com a sociedade.

Isso tudo comprova a importância que startups dedicadas à ESG têm tudo a ver com geração de valor e impacto social. E essa preocupação acaba repercutindo em benefício tanto à sociedade quanto aos investidores.

E como posicionar o ESG no dia a dia das startups?

Primeiramente, é preciso entender que toda empresa gera um impacto ambiental. Mas como investir na melhoria da sustentabilidade e não passar uma imagem equivocada para clientes e investidores?

Afinal, são muitas as empresas que têm caído na armadilha do greenwashing, ou “lavagem verde”, em tradução livre, que é a apropriação de virtudes ambientalistas quando na verdade a empresa não tem uma preocupação genuína com o tema.

Então, se sua startup quer entrar na onda real do ESG, existem algumas reflexões necessárias a se fazer.

Antes de tudo, você precisa saber em que situação sua empresa está no caminho para a sustentabilidade e aonde você quer chegar. A partir daí, é possível estabelecer processos que possam transformar sua startup em uma empresa mais próxima desses valores, tais como:

Vá sempre ao encontro da cultura da sua empresa

Para que você possa disseminar a cultura do ESG dentro da sua empresa, é necessário que seus valores estejam de acordo com as premissas de sustentabilidade.

Além disso, tanto os fundadores da startup quanto a diretoria de um modo geral precisam estruturar processos ESG e prever que a governança esteja presente nas tomadas de decisão, desde o contrato social.

Isso tudo para que esteja sempre claro para todos os funcionários e colaboradores a forma com que a startup quer se apresentar para o mercado como uma empresa que possui a cultura ESG.

Esse tipo de atitude é importante pois de nada adianta se posicionar como uma empresa verde de maneira genérica mas que não tem esses princípios intrínsecos na cultura gerencial.

Não espere

Não existe obrigatoriedade em utilizar premissas ESG nas startups. Ainda assim, você não precisa esperar “precisar” de ações de sustentabilidade para começar a agir.

Por isso, o ideal seria já iniciar sua empresa com o ESG na estrutura do contrato social. Mas, se esse não foi o seu caso, o quanto antes começar a agir, melhor.

Uma boa medida é inserir cláusulas antigreenwashing nos contratos com colaboradores, fornecedores e parceiros. Assim, você garante que os valores relacionados ao ESG possam ser mantidos por todos.

Invista em certificações

Ao invés de somente se autodeclarar sustentável, procure formas de se regularizar a ponto de receber certificações de órgãos que realmente atestem as boas práticas do ESG.

Uma opção é a Avaliação de Impacto B, também conhecida como BIA. Ela mede o impacto socioambiental das empresas, é online e realiza certificações nas áreas de governança, trabalhadores, clientes, comunidade e meio ambiente.

Assim, você pode acompanhar a evolução da performance da sua startup de acordo com o desempenho e do impacto que está gerando no mercado.

Leia também: 5 passos para a criação da cultura de gestão de pessoas

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